Sobre a experiência de morar sozinha

A principal causa de ter sumido daqui foi o fato de ter me mudado para morar sozinha em setembro do ano passado, foi uma bagunça doida!
E, agora, que eu estou preparada, quero dividir essa experiência com vocês porque sei que como muitas outras coisas que eu dividi aqui, essa é uma experiência que pode ajudar outras pessoas. Vou dividir em vários posts, então se você tem alguma dúvida, deixa ai nos comentários, hoje vou contar um pouco do resumão de como eu acabei morando sozinha.

A primeira coisa que preciso contar é que ao contrário de muitas pessoas eu nunca quis morar sozinha. Eu tenho 26 anos, na minha idade, muita gente já está morando sozinho ou não vê a hora de abrir as asas e sair fora. Eu nunca tive essa necessidade, estava super tranquilinha ali na minha zona de conforto, minha mãe sempre me deu sossego e sempre fomos muito amigas, eu tinha meu espaço, não pagava uma conta se quer e isso me possibilitou ter uma vida tranquila e bem confortável até então – o que incluía nunca pensar muito sobre as minhas finanças, ter viajado para fora, sair para comer fora ou para um bar sem nunca me preocupar demais com a conta. Porém, a vida é algo muito imprevisível, algumas mudanças aconteceram e eu passei a discordar de alguns pontos de vista da minha mãe, e percebi que não era muito honesto da minha parte continuar dependo dela quando era claro que nós precisávamos cada uma do seu espaço, e que a distância faria bem para o nosso relacionamento.

Eu tive muita sorte de ter alguém na minha família que tinha um apartamento que o locatário tinha acabado de sair, então, eu não precisei passar por todo o trabalho que é procurar um apartamento para alugar – o que já foi um mega adianto. Sendo assim, eu precisei sentar e olhar com carinho a minha planilha financeira básica (que eu já possuía) e fazer a projeção dos gastos, a lista do que eu precisava comprar para entrar no apartamento (conto em outro post o quanto eu estava errada sobre essa lista hahaha) e definir o que eu iria levar do meu quarto na casa da minha mãe. Um blog que me ajudou muito foi o Morando Sozinha da Fran Guarnieri – ela tem um livro também, eu comecei a ler só depois que já estava morando sozinha, mas indico super!)

E depois de pensar muito durante um final de semana, sentir um medo desgraçado, eu decidi que era a hora de eu arriscar e dar esse passo na minha vida, meti a cara e entre a decisão e a mudança foram só 2 semanas. Eu sou assim, ou eu vou com toda intensidade ou nem vou, se eu planejar demais, eu sou perfeccionista e nunca termino nada.


Alguns aprendizados que esses 4 meses morando sozinha trouxeram:
– Contrate um bom serviço de mudança, de preferência, com uma empresa especializada nisso, eu quis economizar, deu tudo errado e tive que contratar super em cima da hora uma empresa que era especializada!
– Nenhum planejamento financeiro te prepara 100% para os gastos de morar sozinha se você nunca prestou atenção nas contas da casa dos seus pais, portanto, tenho dinheiro guardado – eu aconselharia algo por volta de 5 mil pelo menos.
– Ainda relacionado ao aprendizado anterior, não subestime a importância de certos eletros, tipo, máquina de lavar haha
– Está tudo bem se nos primeiros meses você não se sentir feliz. Algo que eu me cobrei demais foi estar feliz, todo mundo queria fazer open house, todo mundo dizia como eu era sortuda, enfim, as pessoas “acham” muita coisa, sabe? E a realidade é que nem tudo são flores, tem uma par de perrengue, se você não é rico e tem um emprego super bem pago é provável que sua rotina seja muita roupa e louça para lavar, cozinhar, limpar a casa, equilibrar os boletos dentre muitas outras coisas. No meu caso, por exemplo, eu sentia falta da presença da minha mãe, da nossa amizade, sempre fui mega apegada a família, apesar de não me sentir sozinha, porque eu sempre adorei meu espaço, eu demorei para lidar com o fato de que estava tudo bem que o plano de sair de casa só casada não tinha dado certo.
– Morar sozinha foi a melhor coisa que eu fiz por mim mesma. Só quando eu estava longe de todo cuidado familiar, eu me enxerguei de verdade, percebi quem eu era individualmente – e isso tem sido um processo muito gostoso, é dolorido também, mas os resultados tem sido muito legais.

Por fim, gostaria de dizer que se você está pensando em morar sozinha e tem condições financeiras básicas para isso, só vai! Vai com medo mesmo e coloca a cara no desafio, as condições perfeitas nunca irão aparecer, sério.

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